O Islam é a mensagem celestial que Deus revelou ao profeta Mohammad ibn Abdellah (S.A.A.S.) através do anjo Gabriel. É o resumo de todas as mensagens celestiais e tem como base o Alcorão Sagrado. O objetivo desta mensagem é ligar Deus ao ser humano e baseado nisso, ele deverá preencher todos os campos de sua vida. Para saber mais sobre o Islam acesse www.arresala.org.br
Os itens apresentados a seguir têm seu consumo proibido: Suínos e cães, pois são animais impuros, que não podem ser purificados por qualquer meio que seja. Portanto, comê-los ou utilizar qualquer derivado deles é proibido. Qualquer animal que não foi abatido através dos métodos considerados islâmicamente aceitáveis. Sangue, pois não é permitido consumi-lo, mesmo que tenha sido oriundo de abate halal. Bebidas alcoólicas e drogas de todos os tipos. Frutos do Mar (exceto os vegetais, os peixes com escamas e os camarões). Animais selvagens, tais como o tigre e o leão. Animais antropomórficos (de formato idêntico ou parecido ao ser humano), como o macaco. Aves de rapina, tais como a águia e o falcão. Répteis, anfíbios e insetos, tais como cobras, jacarés, sapos, besouros e escorpiões. Tudo aquilo que é inerentemente impuro (Najes), tais como a urina e as fezes de humanos ou animais. O animal Jallal, aquele que se alimenta de impurezas. Tudo aquilo que é impuro ou se contamina através do contato com as impurezas. Tudo aquilo que é prejudicial à nossa saúde, tais como venenos e produtos químicos nocivos, e tudo o que não for habitualmente consumido pelo homem, tais como madeira, vidro, ferro, terra e etc…
A correta distinção entre o halal (lícito e puro) e o Haram (ilícito) ocupa uma posição destacada no Islam. A fé e a prática religiosa estão intimamente ligadas a esses dois aspectos uma vez que, são na realidade, a manifestação efetiva da crença. Em razão disso, o conhecimento e o estabelecimento de uma correta distinção entre ambos desempenha um papel decisivo na condução de nossa vida e no zelo de nossa fé. Deus fez descer a orientação e a luz sobre todos os assuntos da vida humana, estipulou a vereda do Halal (lícito) para os tementes e especificou o Haram (ilícito) deixando a cada um de nós o livre-arbítrio e a razão.
A jurisprudência islâmica permite o consumo de carnes e derivados produzidos de acordo com as seguintes normas: O animal deve ser lícito e ter o seu consumo permitido. O sangrador deve ser muçulmano. O sangrador deve estar consciente e com a intenção de degolar. Deve-se ter certeza que o animal esteja vivo no momento do abate. Direcionar a frente do animal para Meca no momento do abate. A degola deve ser realizada com uma faca de metal afiada. O sangrador deve mencionar o nome de Allah (Deus) enquanto degola dizendo: “Bismillah” (ou seja, em nome de Deus). Abater cortando a garganta do animal pela frente e não por atrás. Degolar todas as quatro vias de uma vez (traquéia, esôfago e jugulares) e não apenas cortá-las. A garganta deve ser mantida com a cabeça durante a degola. A cabeça não deve ser cortada intencionalmente durante a degola. A saída de uma quantidade natural de sangue do animal abatido deve ser observada. O animal deve mover-se imediatamente após o abate, pois é uma prova de que estava vivo.
O Islam proíbe que o animal sofra durante o abate e por isso proíbe que o mesmo seja degolado com instrumentos afiados mas de uma forma desprovida de técnica adequada ou que ele seja agredido até morrer e etc. O abate deve ser rápido e técnico. Assim como recomenda minimizar o sofrimento do animal, o Islam também recomenda que o animal tome água antes do seu abate e que sua degola não seja feita perante outros animais, pois isso com certeza influenciaria no psicológico dos outros animais e inclusive afetaria a qualidade da carne.
O mais importante é que o animal deve se alimentar com alimentos saudáveis, puros e lícitos no Islam. Caso o animal se alimente de uma ração impura ou de imundícies, tais como sangue ou fezes, este animal, para ter sua carne aproveitada para o mercado Halal, deve passar por um processo de purificação, uma espécie de quarentena, que é diferente para cada animal. Por exemplo, no caso do frango é de 3 dias e do carneiro é de 10 dias. O tempo é determinado pelas jurisprudências islâmicas, de acordo com o porte do animal. Durante este período o animal tem que se alimentar apenas com ração e alimentação saudável e pura.
Todo e qualquer tipo de exposição do animal durante o processo, seja no transporte ou no momento em que é colocado na linha do abate deve ser muito bem observada, para que seja realizada de forma que o animal não sofra. Acreditamos que o mais importante é que os outros não possam ver o seu semelhante ser degolado, já que a carga de stress nesta situação com certeza será muito pesada.
O procedimento Halal existe há aproximadamente 30 anos no Brasil, e foi o principal responsável por transformar o Brasil no maior produtor e exportador de carne Halal do mundo. Hoje, aproximadamente 50% das industrias brasileiras estão aptas a produzir o Halal, mas nem todas fazem este trabalho de uma forma contínua. Cremos que uma questão em que as industriais brasileiras deveriam dar uma atenção especial seria o mercado interno. Existem várias industrias que por questões técnicas vendem produtos Halal para o mercado interno mas sem que o mesmo seja identificado com algum selo ou logo Halal, e isso faz com que percam muitos negócios no Brasil. Hoje há milhões de mulçumanos no Brasil, e a demanda por produtos Halal só tende a crescer ainda mais nos próximos anos.
Na medida em que o sangrador (degolador) ocupa uma etapa fundamental no processo de abate e produção Halal, a Alimentos Halal Brasil estabeleceu as seguintes condições para aqueles que quiserem atuar no Abate Halal: Respeitar as obrigações islâmicas e realizar as orações em seus devidos horários. Respeitar os ensinamentos islâmicos sobre o abate mencionados acima. Observar a pureza, limpeza e a higiene no local de trabalho e na residência. Manter a boa reputação, não agir de maneira vergonhosa de forma que prejudique a moral islâmica ou usar coisas ilícitas onde quer que seja. Respeitar as regras da empresa, os horários, não descumprir quaisquer de suas decisões e não se opor ao seu supervisor. Manter o respeito mútuo entre os colegas, a disciplina pública e observar os direitos respectivos na residência no que se refere a alimentação, vestimenta, descanso, limpeza, e assim por diante. O sangrador deve ter uma experiência de pelo menos três meses e os novos devem passar por um treinamento que determinará se eles poderão atuar nesta área ou não. O sangrador deve gozar de capacidade e boas condições físicas e possuir um atestado de saúde que garanta sua capacidade de executar o trabalho. O sangrador deve estar em situação legal no país onde prestará o serviço. A violação das condições, bem como das instruções, acarretará em investigação e punição.
O supervisor é o responsável pelo trabalho dos sangradores que atuam em um único frigorífico, geralmente em abatedouro de aves, ou de sangradores em mais de um frigorífico, tais como frigoríficos de bovinos. O supervisor deve ser caracterizado com as seguintes condições para além das acima mencionadas no que diz respeito ao abate Halal. Ele deve estar bem informado acerca das normas religiosas, das condições de abate Halal mencionadas acima e dos pontos críticos no processo de abate e produção que possam causar perturbações na oferta das condições islâmicas necessárias para abate e produção Halal, tais como: A Qiblah (direção a Meca) ou a mistura de produtos Halal com Haram entre outros. Para tanto, ele deve esforçar-se ao máximo para suprir todas as condições exigidas. Ele deve ter experiência de no mínimo um ano no abate. O supervisor deve estar presente no frigorífico antes do início do abate e só pode deixá-lo após a conclusão do processo de produção. O supervisor deve gozar de boas condições físicas e possuir um atestado de saúde que garanta sua capacidade de executar o trabalho. O supervisor deve gozar de capacidade de liderança que lhe permita colocar em prática as condições islâmicas de abate e produção Halal, seja junto aos sangradores ou aos diretores industriais dos frigoríficos. O supervisor deve ter experiência com informática a fim de estar em contato com a sede da Alimentos Halal Brasil e enviar seus relatórios semanais de produção. O mesmo deve dominar os idiomas árabe e português para se comunicar com a sede e os gestores dos frigoríficos. O supervisor deve estar em situação legal no país onde atua. Ele deve ser cuidadoso e presente em todas as etapas de produção, incluindo o abate, desossa, embalagem, armazenamento e carregamento. A violação das regras e instruções deve conduzir a uma investigação rigorosa e punição.
A Alimentos Halal Brasil faz uma supervisão completa sobre todas as etapas da produção Halal e não a restringe ao abate apenas, mas abrange o setor de desossa, corte e embalagem, cuidando tanto do aspecto religioso como do de qualidade. Assim, a temperatura da água, o peso, as embalagens, as caixas, envasamento, antes e após o congelamento até o momento do carregamento, são controlados para preservar as condições Halal e a qualidade dos produtos. Tudo isto se encontra na apostila com as instruções e orientações para os supervisores, a fim de executarem e manterem as condições Halal e o controle de qualidade da melhor forma possível. Além disso, a Alimentos Halal Brasil estipula que os produtos Halal sejam identificados no matadouro e frigorífico por meio de carimbos, etiquetas ou selos de garantia Halal sobre as carcaças, embalagens ou caixas, para facilitar o controle dos produtos Halal durante o carregamento aos locais de destino. Com isto, temos como objetivo proteger as características do produto Halal no âmbito do abate, supervisão, embalagem e carregamento até chegar ao consumidor final que confiou na supervisão e certificação Halal de nossa empresa.
Antes conhecidos apenas pelos povos muçulmanos, a fabricação e o consumo de produtos Halal estão em franca ascensão, tanto no exterior como no Brasil. O país é hoje a terceira nação que mais comercializa produtos certificados. Além dos povos islâmicos, tradicionais compradores, os adeptos de outras religiões buscam, com frequência, adquirir alimentos e itens que primam pela qualidade e segurança Halal.
O Selo de Garantia Halal é concedido a produtos in natura, farmacêuticos, de higiene e cosméticos. No setor alimentício estão incluídos carnes, patês, embutidos, sucos, café, chás, refrigerantes, óleos, açúcar, cereais, biscoitos, massas, doces, conservas, enlatados, queijos, creme de leite, leite condensado, manteiga, ovos desidratados e pasteurizados, entre outros.
Para receber o Selo de Garantia Halal é preciso que as empresas adaptem suas produções de acordo com os princípios do Islam. A certificação somente é concedida após analisada a forma de captura das matérias-primas utilizadas, a operação da mão de obra envolvida, a higiene funcional, os equipamentos e os métodos de armazenamento.
O mercado interno brasileiro de consumo Halal ainda é incipiente. Redes de mercados comercializam poucas opções de produtos, pois quase tudo é exportado. Com mais de 12 milhões de árabes, a venda interna é uma maneira de ampliar os negócios e as oportunidades. Um imenso mercado ao alcance de empresas que tenham produtos com Selo Halal. Saiba aqui onde são vendidos produtos Halal no Brasil.
A importância do mercado Halal no mundo chamou a atenção de grandes instituições e países que, nos últimos anos, realizam fóruns para discutir e debater sobre o tema Halal em seus mais variados setores, e aprimorar o desenvolvimento de novos produtos além de favorecer as economias locais.
Grandes companhias, nacionais e multinacionais, já perceberam o potencial desse mercado. A suíça Nestlé, a maior companhia alimentícia do mundo, oferece mais de 100 tipos de produtos alimentícios Halal, em todo o mundo. Esses representam um terço de suas vendas globais. Na relação de empresas estão ainda companhias como Br Foods Alimentos, JBS, Ajinomoto, Ferrero do Brasil, Guarani, Polengui, Cosan, União e Nescafé.
Desde que adotaram a prática, após pesquisas e planejamentos estratégicos, redes de fast-food como Burguer King, KFC e Taco Bell registram incremento de 20% no número de clientes anualmente. Assim, acirraram a competitividade do mercado, ampliaram a reputação e a imagem perante os consumidores, e tiveram retorno dos investimentos realizados com antecedência.
A comercialização de produtos com certificado Halal movimentou, em 2010, mais de 2,1 trilhões de dólares e teve a previsão de crescimento superior a 15% nos anos seguintes, graças a 1,8 bilhão de consumidores em todo o mundo. O setor alimentício foi responsável por mais de 25% desse mercado, registrando 578 bilhões de dólares. Boa parte dessa parcela é decorrente de exportações brasileiras.
Com o incremento, novas ideias e oportunidades surgem para empresas brasileiras. Mais de 45% da carne de frango exportada pelo Brasil, em 2009, foi embarcada para o Norte da África, Turquia, além de Europa e América do Norte. O mesmo vale para a carne bovina, que, de acordo com a Agência de Notícias Brasil-Árabe, registrou avanço das exportações para o Oriente Médio de 94%, entre janeiro e novembro de 2010.
Os países árabes representam 18% do consumo mundial. Algumas regiões despontam como novos territórios de oportunidades, com porcentagens de consumidores em potencial dentre os muçulmanos. Casos da Índia e do Paquistão, que concentram 25%, Norte da África, mais de 20%, e Sudoeste da Ásia, com foco na Indonésia e Malásia, 30%.
Visando os próximos anos, com o aumento do consumo interno de proteína animal, consideramos que está mais do que na hora de expandir o produto Halal para o mercado interno e colocá-lo em uma posição onde ele merece disputar de igual para igual com todos os demais produtos que gozam de um elevado nível de qualidade. O produto halal não está limitado ao consumo dos muçulmanos apenas, ele pode ser consumido por qualquer pessoa, pois é um produto de origem garantida que teve um processo de produção controlado, sendo assim mais saudável. Por isso, convidamos as indústrias brasileiras a nos consultar sobre como poderíamos ajudá-las para que possam atender e inserir seus produtos Halal nos locais de maior concentração da comunidade muçulmana no Brasil e no mundo, e nos colocamos à disposição para qualquer outra consulta.
Sim. Mas há uma razão simples. Por ser um produto que precisa passar por cuidados especiais isto eleva um pouco o preço do produto Halal, o que o encarece um pouco em relação aos demais, mas que configura-se como uma diferença quase que insignificante se levarmos em conta todo o processo que envolve a produção e distribuição, e principalmente a qualidade dos produtos Halal no mercado.
Não, nossas atividades vão muito além do abate. Criado em 1989, o Centro Islâmico no Brasil é uma entidade que realiza atividades culturais, presta auxílio religioso e social, organiza estudos e pesquisas e através da Alimentos Halal Brasil atua no setor de inspeção Halal para produção de alimentos em geral. Entre os serviços que desenvolve estão a seleção, o treinamento e a contratação de supervisores e degoladores, inspeção de abate em indústrias e qualidade do produto, além de certificação, suporte, assistência a documentos em árabe, persa, inglês, espanhol e português. Além disso, o segmento Halal não se limita aos produtos alimentícios e de proteína animal, pois inclui diversos domínios, tais como produtos farmacêuticos, sanitários, cosméticos e de moda, ou mesmo serviços de turismo, finanças e mídia. O que faz com que o número de consumidores de produtos e serviços Halal não se restrinja aos muçulmanos, pois atualmente o selo de garantia “Halal” é um símbolo de qualidade superior, observância precisa, saúde e preservação dos recursos naturais.